sábado, 5 de abril de 2014

[Ensaio] Sobre a cegueira [de quem não quer ver]

E uma fatia da sábia e concisa sociedade da informação se compraz com o erro do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada! Vaias ao IPEA!
Durante mais de uma semana, céticos de todo tipo atacaram quem não viu mais do que tem vivenciado a cada dia na famosa pesquisa: violência. Atacaram, essa palavra é estratégica. Primeiro, questionaram o motivo de um instituto de pesquisa econômica fazer levantamento de tal porte. Sábios, conhecedores profundos da terminologia... e só. Depois, chegaram a apontar um argumento paranoico: a pesquisa foi revelada quando havia um processo de impeachment. Argutos! Enfim, colocaram em evidência os números, já que não conhecem ninguém que acreditam, antes, que a culpa da violência sofrida é da própria vítima. Velados! Velados como mortos, silenciados pela ocasião. Como tem sido por séculos: não somos racistas, nem conheço algum. Assumo: acredito no primeiro resultado do IPEA. Parece mais palpável, números esmagadores. Inocência, talvez, mas erro por alto, e quando o caso da violência, é melhor assim. Amigos historiadores dizem: duvide da fonte. Me dê motivos? Duvidar ao bel prazer de ser cético? Grande, historiador, bravo!

sexta-feira, 28 de março de 2014

O machismo te choca?


Saiu essa semana o resultado da pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) que diz que a maior parte do país concorda total ou parcialmente com a culpabilização das vítimas de estupro.
Os entrevistados deveriam dizer o quanto concordam com algumas afirmações, entre elas:

"Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas" - apenas 24% tem a decência de discordar totalmente desse absurdo.
"Se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros" - quanto a isso apenas 30% discorda totalmente.

Aqui aponto apenas o número de pessoas que discorda totalmente dessas afirmações por um motivo simples: todas as outras pessoas estão sendo exemplarmente machistas. Quais motivos alguém teria para não discordar dessas frases? Mesmo aqueles que dizem não ter uma opinião formada estão agindo de forma, no mínimo, muito preconceituosa, com um machismo velado, tão típico.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Estupros, oradores, palavras repetidas e a Era da Paranóia

Jennifer lost the war today / They’ll find her burned and raped / Through it all she must have wondered / What have I done? / But nobody really cares today / The world is a busy place
Esses são os seis primeiros versos da música "Jennifer Lost the War Today", do Offspring. Em seguida, a banda critica a ideia “machista” da culpa do estupro. Mas o assunto será outro, ou, será visto de outra forma. O mundo enlatado tem implodido o cotidiano com incríveis guerras argumentativas: de um lado, a pouco racional direita e de outro a não mais inteligente esquerda. Risíveis a olho nu... imaginem se nos observam de fora da lata através de um telescópio!
O ocorrido? Um sujeito foi realmente humilhado. Sim, sabe-se mesmo que o rapaz andava cometendo alguns delitos na região. Parece sucinta a explicação, mas é o objetivo. Algumas análises particulares podem turvar um pouco o pensamento; ficar muito distante também. O fato é que
“A terra tá soterrada de violência / De guerra, de sofrimento, de desespero”.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Silêncio, erudição e... Rock'n Roll!

Parece-me que herdamos uma insignificante cultura dissidente de aberrações artísticas. Imaginem que estão em uma sala de aula com um professor de História, lecionando sobre resistência na ditadura. Com toda certeza Chico Buarque será citado nessa aula.
Não me parece difícil relacionar a cultura musical das décadas de 60, 70 e 80 no Brasil com uma outra cultura: a da "tríade-lema" "Sexo, drogas e Rock'n Roll". Mas muito me espanta o cálice que C. Buarque, R. Carlos e outros representantes da cultura dissidente no Brasil oferece aos brasileiros atualmente.
Claro que não constituiria um problema tal fato. Mas existe em torno dessas figuras uma idolatria. A erudição de C. Buarque parece não poder ser maculada com seu passado dissidente. R. Carlos é o "cara" de terno que (nunca) foi figurão da Jovem Guarda.
Que bizarro é a Procure Saber! Que bizarro é notar que a excêntrica "esquerda acadêmica" compõe grandemente os fanáticos idólatras dessas figuras.
Tal qual o Ministério da Verdade, através da Procure Saber e dos artigos 20 e 21 do Código Civil Brasileiro, os ídolos da cultura brasileira têm apagado uma memória coletiva em favor de direitos individuais. Felizmente para eles, brasileiro tem memória curta (W. Smith se lembrava, afinal ele era operador no Ministério).

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

PM nas Universidades: ataque à liberdade ou liberdade de ataque?

Acontecimentos recentes na Universidade Federal de Uberlândia, fez com que a dita “comunidade acadêmica” da instituição colocasse em questões de urgência a discussão da pauta “Polícia Militar nas Universidades Federais”. Embora controversa a questão, muitos argumentos também o são. Acredito que, fundamentar os argumentos são extremamente necessários sempre. Porém, quando a discussão se faz em vários níveis, colocando além de tudo vivências pessoas, essa fundamentação é mais que necessária. Tentarei enfrentar um grande problema na argumentação atual. Sei que não discutirei os únicos argumentos (até por que daria para doutorar com o assunto), mas critico um dos grandes erros, em meu ponto de vista.
Historicamente, e por onde devo começar, estão postos, no mínimo, dois empecilhos. O primeiro é a relação entre a polícia e os acadêmicos. Não há pouco, um enfrentamento entre as duas frentes existe declaradamente. Alguns autores indicam a raiz do enfrentamento na ditadura, o que coloca os estudantes do período ditatorial como grande parte dos professores universitários atualmente.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Lulu, Tubby, a maldita publicidade e a benquista privacidade

Atenção: nem todas as informações postadas aqui refletem a opinião do autor do texto e foram utilizadas apenas para refletir sobre o assunto.

Recentemente muito foi discutido sobre a questão da privacidade na internet devido ao surgimento de alguns aplicativos que utilizaram informações dos usuários do Facebook, com o intuito de formar uma "rede" para expor opiniões relativas às características "relacionativas" desses "usuários". Em outros termos, estou falando sobre o Lulu e o Tubby (calma ae rapazida de plantão, não estou tocando na "zueira" do Tubby ainda).
Na minha opinião, o Lulu não causou tanto tumulto quanto o Tubby o fez. Pra mim está evidente nisto a força de um movimento que luta contra uma dominação masculina. Não sou contra tal movimento (por isso me aludi à "força" do movimento), mas o texto que se segue destina-se a atacar outro aspecto, que não o da relação masculino-feminino. E pra isso, parecerá, em alguns momentos que estou atacando única e exclusivamente o Lulu. Para uma compreensão geral, em alguns momentos indicarei o problema maior do Lulu na questão, embora saiba que uma possível veracidade na existência do Tubby permitiria um tenebroso ataque aos direitos individuais principalmente das mulheres. Aqui, não cabe discutir qual fere mais ou menos (o Tubby sequer fere) os direitos: ferir é o problema. E a questão que quero discutir é exatamente a dos direitos, na internet.

sábado, 21 de dezembro de 2013

O mito da Friendzone: o não-lugar dos rejeitados.

Para todos aqueles que vivem em cavernas e acabaram decidindo usar a internet apenas agora, Friendzone seria uma zona imaginária onde as mulheres colocam todos os caras legais que estão tentando ter um relacionamento com elas. Pra quem acredita nesse conceito as mulheres estariam considerando como "apenas amigos" justamente os caras bonzinhos e bem intencionados, porque elas gostam de sofrer se relacionando com tipos sociais ruins. E existiriam dois jeitos dos caras bonzinhos saírem desse não lugar tão aterrorizante:

01. Conquistar a garota.
02. Demonstrar publicamente como ela é idiota por perder a grande oportunidade de ficar com o cara mais legal do mundo: ele mesmo.

Trocando em miúdos: Ou a mulher fica com você ou ela é uma sequelada.