sábado, 8 de fevereiro de 2014

Estupros, oradores, palavras repetidas e a Era da Paranóia

Jennifer lost the war today / They’ll find her burned and raped / Through it all she must have wondered / What have I done? / But nobody really cares today / The world is a busy place
Esses são os seis primeiros versos da música "Jennifer Lost the War Today", do Offspring. Em seguida, a banda critica a ideia “machista” da culpa do estupro. Mas o assunto será outro, ou, será visto de outra forma. O mundo enlatado tem implodido o cotidiano com incríveis guerras argumentativas: de um lado, a pouco racional direita e de outro a não mais inteligente esquerda. Risíveis a olho nu... imaginem se nos observam de fora da lata através de um telescópio!
O ocorrido? Um sujeito foi realmente humilhado. Sim, sabe-se mesmo que o rapaz andava cometendo alguns delitos na região. Parece sucinta a explicação, mas é o objetivo. Algumas análises particulares podem turvar um pouco o pensamento; ficar muito distante também. O fato é que
“A terra tá soterrada de violência / De guerra, de sofrimento, de desespero”.


Não sou de fazer voltas: não há o que discutir! A direita tem balbuciado: “Ficou com dó leva pra casa!”. A esquerda rebate: “É uma barbaridade!”. Vi, entre tantos outros, um argumento algo válido: “O que foi feito não soluciona o problema. Muito menos culpar a ausência da polícia.” E complemento: não nesse caso. Apontar para a falta de “dever” do Estado no caso em discussão não encaminha uma solução. É que a prisão de um ou de vários “criminosos” [para usar uma palavra carregada] não muda a situação. O Pensador já chamou a atenção, é que a sociedade vive uma guerra. E o rapper diz mais:
“A bomba ta explodindo na nossa mão / O medo tá estampado na nossa cara / O erro tá confirmado, tá tudo errado”.
Se por um lado a “tortura covarde, humilha e destrói”, o bandido é ao mesmo tempo “herói da miséria” e “vilão exemplar”. Se o argumento da direita parece ridículo ao extremo, o da esquerda se mostra complemente [de novo] utópico. Talvez mais que utópico, na verdade inalcançável. Novamente o punk norte-americano:
But the world is black / And hearts are cold / And there’s no hope”.
Do Good Charlotte, a canção ["The World is Black"] aparece no álbum Chronicles of Life and Death. Ironicamente, o álbum apresenta canções sobre a descrença na humanidade: o “clímax” do álbum é justamente com sua canção homônima, na qual o indivíduo sequer sabe o que fazer nesse mundo.
Mas, no sentido oposto, a direita aparentemente acredita na humanidade. Raivosa, ainda escutamos sua balbúrdia contra o que ficou conhecido como “Rolezinho”. Tudo em favor de uma moral! Que lindo, não? E agora, espera-se que o Estado puna transgressores da lei, os reforme e isso vai mudar o mundo. Se não é novidade a utopia da esquerda, a da direita parece [no fundo não é]. Levianos sonhadores, cederam sua voz à peculiar Rachel Sheherazade, a atual oradora da direita [como se precisasse de mais]. Volto ao punk norte-americano:
Don’t wanna be na American idiot / Don’t want a nation under the [new] media” [meu grifo].
Billy Joe foi bem claro! Mas a esquerda também tem seus oradores, entre os discursistas dos Direitos Humanos e do politicamente correto. De volta a essa utopia: [sinto-me reacionário nesse momento, mas ele vai passar] como defender, na forma de cidadão, alguém que suprime o direito dos outros? Só não enxerga quem não quer, que, esse é o caso da exceção. É pena que pensa-se que apenas o Estado tem poder de exceder e suspender a lei. A grande herança cultural do Brasil: “Regras foram feitas para serem quebradas”. Se isso não é exceder, não sei o que é. Mas pende-se para outro lado! Ataca a barbaridade da direita, dos que humilharam o rapaz e o prenderam, e como no caso de Jennifer, ocupa-se apenas disto. Esqueceram do caso Jennifer! Que abuso com o mundo!
Por isso me volto novamente para o punk [ficou repetitivo, rs.], duas vezes. Primeiramente o resto da crítica do Green Day ao idiota, e em seguida, uma sátira do Goldfinger à lata:
Maybe I am the faggot America / I’m not a part of a redneck agenda / Now everybody do the propaganda / And sing along to the age o paranoia”.
What happened to dignity? / Did it go away again? / Just like some worn out trends / Well I still defend emotions / What happened to honesty? / I don’t see it on top 10 / I only see it in what has been / Cause I still defend devotion / Am I alone? / Don’t wanna rest / I don’t wanna breath / When I wanna hear about life / Don’t wanna hear a spokesman”.
O que eu vejo ultimamente é o idiota [Olavo?] se somando ao enlatado [esquerda acadêmica?]. Todos possuem uma agenda quadradinha, elegendo oradores, fazendo propaganda de tudo e deixando o mundo paranóico. Tem funcionado!
Para que fique claro: o mundo tem vivido uma guerra. Não uma guerra entre militares, nem uma guerra entre civis. Uma guerra entre civis e militares. Mas principalmente uma guerra ideológica. Uma guerra ideológica do século passado e antes. Se a cultura underground aqui citada herdou a lata da esquerda, essa já foi chutada faz tempo por essa cultura, como foi possível notar nas músicas acima. Se termino o texto apenas criticando a esquerda, é que a direita não me é cara... Para finalizar

Sometimes I need to apologize [não dessa vez] / Sometimes I need to admit that ain’t right [não dessa vez] / Sometimes I should Just keep my mouth shut [já sabe, né?] / Or only say hello / Sometimes I still fell I’m walking alone [espero que não]”.    

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